O evento Act Out: Vídeo Performativo de Mulheres Artistas Nórdicas é um projecto do Centro de História de Arte e Investigação Artística (CHAIA) da Universidade de Évora (UE). As investigadoras do CHAIA responsáveis pelo projecto são Teresa Furtado, Artista, Professora Assistente do Departamento de Artes Visuais (DAV) da UE que usufrui de uma Bolsa de Doutoramento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) para realização da tese de doutoramento "Os Territórios Femininos da Videoarte" na UE, e Manuela Cristóvão, Artista, Professora Auxiliar e Directora da Comissão de Curso da licenciatura em Artes Visuais - Multimédia e Presidente da Comissão Científica do DAV da UE. Este projecto tem como colaboradores a comissária e artista Anna Linder da Filmform e o DAV.
 
A Filmform é uma instituição dedicada à promoção, distribuição e preservação do filme e vídeo experimental na Suécia. A compilação de videoarte nórdica Hit the North, editada pela referida instituição, foi uma das fontes inspiradoras para este projecto. O evento encontra-se integrado no programa de actividades do FIKE 2008 - Festival Internacional de Curtas Metragens de Évora que decorre de 21 a 29 de Novembro. O projecto é apoiado pelo Nordic Culture Fund, Fundação para a Ciência e Tecnologia, Embaixada Sueca, Embaixada Norueguesa, Embaixada Dinamarquesa, Embaixada Finlandesa, Direcção Regional de Cultura do Alentejo, Câmara Municipal de Évora, Conselho Norueguês das Pescas, Cortes de Cima, Hotel Santa Clara em Évora, Diário do Sul, Rádio Telefonia do Alentejo, International Artists Studio Program in Sweden (IASPIS), programa internacional de financiamento das Artes Visuais da Comissão Sueca de Bolsas das Artes (Konstnärsnämnden) e pelo The Danish Arts Council.
 
O projecto Act Out: Vídeo Performativo de Mulheres Artistas Nórdicas faz parte da linha investigação "Arte e sociedade" e do sub-domínio "o território feminino da videoarte" do grupo de investigação de Artes Visuais do CHAIA. Esta investigação tem como objectivo geral o estudo da produção da videoarte de mulheres artistas, a sua recepção pelo público e a respectiva contribuição para a história da arte. A performance e o vídeo são dois importantes media que emergiram nos anos 60 e permitiram às mulheres artistas, até então marginalizadas pelas correntes dominantes das artes visuais, proclamar um espaço para si que não podia ser alcançado por meio da pintura e escultura, arenas artísticas dominadas pelos homens. As mulheres artistas, desde então, criaram análises políticas e sociais das estruturas da cultura patriarcal. Elas utilizaram o vídeo para analisar e revelar os discursos e ideologias ocultados nos seus corpos e identidades de género. O estudo do trabalho das artistas nórdicas contemporâneas é indispensável para uma investigação completa da videoarte feminina, pois compreende uma grande diversidade de abordagens, contextos e experiências e continua com o questionamento, iniciado na década de 70, da natureza social e política das identidades de género nas sociedades ocidentais.

A prática das mulheres artistas nórdicas na arena do vídeo performativo inclui tópicos essenciais nos debates de arte contemporânea, tais como poder, identidade, família, papéis de género, travestismo, guerra e pós-colonialismo. Estes temas são abordados nos seus trabalhos por meio de uma grande variedade de estratégias formais e conceptuais do vídeo performativo. Lamentavelmente, o seu trabalho é pouco conhecido na arena cultural portuguesa.
 
O projecto Act Out junta alguns dos artistas, teóricos, académicos e curadores que se destacam presentemente no campo do vídeo performativo. Tem como objectivo sublinhar as importantes contribuições das mulheres artistas nórdicas para a videoarte. A cooperação entre os participantes dos países envolvidos resultará numa importante contribuição para o entendimento da videoarte de mulheres artistas, um território versátil e politicamente conotado que, desde o seu nascimento, transitou rapidamente das margens para o centro da prática artística contemporânea.